sexta-feira, 10 de julho de 2015

Reforma política avança e deputados aprovam campanhas mais curtas

Limites às contribuições de empresas também foram aprovadas.
Mudanças ainda precisam passar pelo Senado.

Giovana Teles Brasília
A reforma política caminha, passo a passo, na Câmara dos Deputados. Na quinta-feira (9) foram aprovadas mudanças que criam limites às contribuições de empresas e reduzem o tempo de duração das campanhas, mas tudo ainda precisa passar pelo Senado.
Entre as medidas aprovadas pelos deputados, uma é efeito da Operação Lava Jato: empresas que executam obras públicas ficam proibidas de doar para candidatos na região onde atuam.
Os deputados dizem que um dos objetivos das mudanças é deixar as campanhas eleitorais mais baratas, por isso, reduziram pela metade a duração das campanhas, de 90 para 45 dias. No rádio e na TV, o horário político também pode ficar menor, passando dos atuais 45 para 35 dias.
Pelo projeto, diminuirá o tempo da propaganda em rádio e TV para presidente, governador, senador e deputados. Serão dois blocos de 25 minutos e mais 70 minutos distribuídos em inserções de até um minuto, ao longo da programação diária.

Além disso, foi aprovado também um teto para os gastos: para candidatos a presidente, governador, prefeito, senador, vereador e deputado estadual o limite é de 70% do maior gasto declarado para o cargo, na campanha anterior. Para deputado federal, o teto é de 65%.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Reforma política em pauta no Congresso

6/7/2015 11:22
Por Redação, com Vermelho - de Brasília

reforma política
Os deputados deverão retomar as votações dos temas aprovados em primeiro turno
A Câmara dos Deputados retomará as discussões esta semana as votações em segundo turno da reforma política. Os deputados deverão retomar as votações dos temas aprovados em primeiro turno. Entre eles estão o fim da reeleição, os cinco anos de mandato para os ocupantes de todos os cargos eletivos, o acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV apenas para legendas com, pelo menos, um deputado eleito.
Estará em discussão também o financiamento privado de campanhas, com doações de empresas a partidos políticos. Sobre esse último ponto, os deputados precisam alterar a legislação ordinária para disciplinar as doações. Como se trata de matéria que altera a Constituição, as votações têm que ocorrer em dois turnos, antes de serem encaminhadas para o Senado.
A Câmara deve votar na terça-feira a Medida Provisória 671/15, que trata do refinanciamento das dívidas fiscais e trabalhistas dos clubes de futebol profissional e das normas de responsabilidade fiscal e gestão.
O plenário poderá votará o Projeto de Lei 1358/15, que muda o índice de correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, cuja urgência foi aprovada na última terça-feira. Pela proposta, os depósitos feito0s a partir de 1º de janeiro de 2016 serão corrigidos pela TR mais 0,5% ao mês, quando a taxa Selic for superior a 8,5% (atualmente a taxa está em 13,75%).
Quando os juros forem inferiores a 8,5%, a correção será TR acrescida de 70% da taxa Selic. É o mesmo cálculo aplicado hoje às cadernetas de poupança. Atualmente a correção é feita com base na taxa referencial (TR), em torno de 0,1% ao mês, mais juros de 3% ao ano.
Para representante da OAB, objetivo da reforma é impedir crescimento da esquerda
Na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) que discute durante nesta segunda-feira a reforma política sob a ótica dos pequenos partidos, o representante da comissão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Cezar Britto disse acreditar que a proposta, em análise pelo Plenário da Câmara dos Deputados, busca “extinguir a possibilidade do crescimento de uma nova esquerda no país”.
– A esquerda vem crescendo em países como a Grécia, a Espanha, como uma resposta à direita representada por governos como o de James Cameron na Inglaterra – observou Cezar Britto, que também já foi presidente do Conselho Federal da OAB.
Ele citou como pontos preocupantes a proibição de acesso ao horário eleitoral e à propaganda em TV e rádio para quem não tiver representação no Congresso, assim como a restrição de acesso ao Fundo Partidário.
– A atual legislação já é restritiva nestes aspectos aos pequenos partidos ideológicos. Mas agora querem transformar o restritivo em “extinguivo” – disse.
Cezar Britto também mencionou como “extremamente preocupante” a proposta de diminuição do tempo das campanhas eleitorais e cláusulas de barreira ligadas a critérios geográficos num país continental como o Brasil.
– Me preocupa muito o estímulo a uma sociedade calada – afirmou.
Para o representante da OAB, se o objetivo é diminuir o campo de atuação das chamadas “legendas de aluguel”, bastaria vedar a cessão do tempo de TV e de rádio nas coligações, proposta defendida pela entidade.
Cezar Britto afirmou que a reforma política faz parte de uma “ofensiva da direita”, representada também por propostas como a ampliação da terceirização, a rediscussão do conceito de “trabalho escravo” e o combate a mais direitos para grupos como o dos homossexuais. Ele ainda criticou a legalização do financiamento privado de campanhas.
– Empresa não é povo, ela não vota. Ela não financia candidatos por preferência, ela faz um investimento que custa muito caro para a sociedade depois – alertou.
Em sua avaliação, seria também uma “ironia” o fato de sindicatos e associações sem fins lucrativos continuarem proibidos de financiar ou apoiar candidaturas, enquanto essa possibilidade continuaria aberta para as grandes empresas.
Brito defendeu a análise pelo Congresso da proposta apresentada pela OAB, que estabelece cotas para a representação feminina no Congresso (50%), além de aumentar o Fundo Partidário para partidos que tenham mais negros e trabalhadores eleitos. A proposta da OAB limita a R$ 700 o valor que um cidadão pode doar para ajudar o candidato de sua preferência, estabelece o voto em lista nos pleitos proporcionais, e prevê a realização de mais plebiscitos e referendos para as decisões sobre políticas públicas.
Outras manifestações
O presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), permitiu a manifestação de outras pessoas presente na audiência pública. O ex-deputado federal Ciro Gadelha, do PSTU, criticou a proposta analisada pela Câmara, afirmando tratar-se de um “escárnio”.
– As legendas de aluguel irão continuar. Só os partidos ideológicos serão calados.
Amanda Gurgel, vereadora pelo PSTU em Natal (RN), também defendeu a continuidade de acesso à TV e ao rádio para os partidos pequenos.
– Deixem a gente falar e deixem a população decidir se querem votar na gente ou não.

sábado, 4 de julho de 2015

Primeiro projeto da Comissão da Reforma Política pode ser votado em julho

3/7/2015 13:48
Por Redação, com Agência Senado - de Brasília

reforma política
O prazo para a apresentação das sugestões encerra-se em 10 de julho
O projeto que muda regras para coligações nas eleições proporcionais (PLS 430/2015), primeira proposta aprovada pela Comissão da Reforma Política, já está na fase de recebimento de emendas dos senadores. O prazo para a apresentação das sugestões encerra-se em 10 de julho. A partir daí, o projeto pode seguir para votação no Plenário do Senado, sem passar por outras comissões, uma vez que tramita em regime de urgência.
O projeto traz novidades para as coligações nas eleições para vereadores e deputados distritais, estaduais e federais. As mudanças deverão ser feitas na Lei 4.737/1965. De acordo com a proposta, a distribuição de vagas nas eleições proporcionais deve acontecer respeitando o quociente eleitoral, pela votação obtida pelo partido, mesmo quando houver coligações. Assim, as legendas que não alcançarem o quociente não podem disputar as sobras de vagas.
A Comissão da Reforma Política justificou, ao defender a proposta, que o objetivo é permitir que os partidos sejam representados no Parlamento na mesma medida do apoio que têm na sociedade. As regras da legislação vigente, ainda segundo a justificativa, distorcem a vontade dos eleitores, uma vez que a formação de algumas coligações altera a distribuição das cadeiras que devem caber a cada legenda.
CPI da CBF
A CPI da CBF deve ser instalada após a dos Comissão dos Fundos de Pensão. Na quarta-feira, foi apresentado um requerimento aumentando a composição da comissão de 7 para 11 senadores. Esse tipo de pedido não precisa ser votado e produz efeitos imediatos. Até então, faltavam as indicações do Bloco da Maioria. O requerimento foi feito pelo senador Humberto Costa (PT-PE). Ele disse que o Bloco do Governo fará as indicações de titulares e suplentes das duas CPIs na próxima semana.
Mas como houve aumento do número de senadores que integrarão o colegiado, o cálculo da proporcionalidade partidária para indicação de cada bloco terá de ser refeito e todas as lideranças terão de ser notificadas novamente para completarem ou refazerem suas indicações. De qualquer forma, há a possibilidade de o Senado encerrar o primeiro semestre com seis comissões parlamentares de inquérito em funcionamento.
A CPI que investigará a Confederação Brasileira de Futebol e a organização da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, foi criada por requerimento do senador Romário (PSB-RJ). A CPI terá como alvo possíveis irregularidades em contratos feitos para a realização de partidas da seleção brasileira de futebol e de campeonatos organizados pela CBF, assim como para a realização da Copa das Confederações de 2013 e da Copa de 2014.


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